De uns anos para
cá, um tipo de meditação ficou bastante popular no Ocidente: a chamada mindfulness, o que pode
ser traduzido como “atenção plena”. Enquanto a meditação clássica
consiste em focar na respiração e não pensar em nada, a mindfulness envolve
colocar toda a atenção no que estamos vivendo e sentindo naquele momento, sem
julgamentos. Em
vez de buscar um nível de transcendência, aqui se busca estar plenamente
presente. Pesquisas já haviam comprovado que essa prática era benéfica para a
saúde e a mente das pessoas. Agora, um estudo conseguiu, de acordo com o
professor e autor J. David Creswell, “uma das primeiras explicações biológicas
baseadas em evidências” para isso. E tudo se deve à redução do stress que essa
meditação promove. Quando uma pessoa está estressada, a atividade no córtex
pré-frontal (área do cérebro responsável pelo pensamento consciente e
planejamento) diminui, enquanto a atividade na amígdala, no hipotálamo, e no
cíngulo anterior do córtex, regiões que ativam respostas ao stress, aumentam. A meditação
mindfulness inverte
esses padrões: ela aumenta a atividade pré-frontal, o que pode regular e
“desligar” a resposta biológica ao stress. Isso torna possível reduzir o risco
e a gravidade de doenças ligadas a essas respostas, como depressão e problemas
do coração. Creswell acredita que, ao entender como esse tipo de treinamento da
mente afeta diferentes doenças e distúrbios, os pesquisadores serão capazes de
desenvolver melhores tratamentos e trabalhar com os que já existem de
forma mais eficaz.
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